A queda de cabelo é uma queixa frequente entre mulheres, especialmente em momentos de mudanças no corpo, nos hormônios ou na rotina. Quando os fios começam a cair mais do que o habitual, é natural que surjam dúvidas, preocupações e, muitas vezes, insegurança com a própria imagem.
Porém, antes de pensar em soluções rápidas, é fundamental entender o que está por trás da queda. Vários fatores causam queda de cabelo, e identificar a origem do problema é o primeiro passo para cuidar dos fios com mais segurança e direção.
A seguir, explico cinco causas comuns que merecem atenção.
1 – Alterações hormonais, anticoncepcionais, climatério e menopausa
Mudanças hormonais estão entre os fatores que mais causam queda de cabelo em mulheres, especialmente na idade fértil. Parar, trocar ou iniciar o uso de anticoncepcionais pode alterar temporariamente o ciclo dos fios, levando ao aumento da queda semanas depois.
Esse processo é comum, mas muitas vezes passa despercebido, porque os efeitos não são imediatos. Por isso, é importante observar se houve alguma mudança no uso de hormônios nos últimos meses, pois essa pode ser uma peça-chave para entender o que está acontecendo.
Além disso, o climatério e a menopausa também merecem atenção. Nessa fase, há uma queda natural na produção de hormônios femininos, como o estrogênio, o que pode impactar diretamente a saúde dos cabelos, tornando-os mais finos, fracos e propensos à queda. O acompanhamento médico é essencial para avaliar a necessidade de tratamentos e reposições hormonais de forma individualizada.
2 – Deficiência de ferro e ferritina baixa
A ferritina é uma proteína responsável por armazenar o ferro no organismo, funcionando como uma espécie de “reserva” que o corpo utiliza quando necessário. Mesmo que os níveis de ferro no sangue estejam dentro do esperado, a ferritina pode estar baixa, e isso já é suficiente para comprometer a saúde dos cabelos.
Essa condição é bastante comum em mulheres que menstruam, já que a perda de sangue mensal pode reduzir os estoques de ferro ao longo do tempo. Quando a ferritina está abaixo do ideal, o organismo prioriza funções vitais, como a oxigenação dos órgãos, e reduz o fornecimento de nutrientes para os cabelos, que acabam sofrendo com a queda.
A queda provocada por essa deficiência costuma ser difusa, ou seja, não aparecem falhas visíveis no couro cabeludo, mas há uma perda generalizada de volume, que muitas vezes começa a ser percebida na hora de prender o cabelo ou ao lavar os fios.
3 – Infecções e doenças agudas
Infecções causadas por vírus como dengue e COVID-19 costumam impactar o organismo de forma intensa. Como resposta ao estresse físico e imunológico provocado por essas doenças, o corpo pode desencadear um tipo de queda de cabelo conhecido como eflúvio telógeno.
Nesse processo, os fios saem precocemente da fase de crescimento e entram na fase de queda. Isso acontece porque o organismo, ao lidar com a infecção, redireciona sua energia para funções vitais, deixando de priorizar estruturas como os folículos capilares.
Na maioria dos casos, a queda de cabelo começa a aparecer de 2 a 3 meses após a infecção. Esse intervalo de tempo é comum, já que o ciclo capilar tem fases definidas e os efeitos de um estressor agudo nem sempre são imediatos. Ainda que temporária, essa queda pode assustar, principalmente pela quantidade de fios perdidos em pouco tempo.
Apesar de o eflúvio telógeno tender a se resolver sozinho com o tempo, o acompanhamento dermatológico faz diferença. Com o suporte adequado, é possível aliviar os sintomas, orientar o paciente sobre o que esperar e adotar medidas que favoreçam a recuperação dos fios.
4 – Emagrecimento rápido e uso de medicamentos para perder peso
A perda de peso rápida, especialmente com o uso de medicamentos como as canetas injetáveis (semaglutida e tirzepatida), pode impactar diretamente a saúde dos cabelos. O corpo interpreta essa mudança abrupta como um sinal de estresse e, para se adaptar, prioriza funções essenciais, deixando o crescimento capilar em segundo plano.
Além disso, dietas muito restritivas costumam comprometer a ingestão de nutrientes essenciais, como proteínas, ferro, zinco e vitaminas do complexo B. Esses elementos são fundamentais para manter os fios fortes e saudáveis.
Por isso, ao iniciar um processo de emagrecimento, com ou sem medicamentos, é importante ter orientação médica e nutricional. Assim, é possível proteger o organismo como um todo, incluindo os cabelos, e garantir uma perda de peso mais equilibrada e segura.
5 – Situações de estresse físico: pós-parto e pós-cirurgias
A queda de cabelo no pós-parto é um dos quadros mais comuns. Após o nascimento do bebê, os hormônios da gestação caem de forma abrupta, e isso leva os fios para a fase de queda. Esse processo costuma aparecer entre o segundo e o quarto mês depois do parto e, apesar de assustar, é temporário.
Cirurgias, especialmente a bariátrica, também podem desencadear esse tipo de queda. O motivo envolve tanto o estresse físico do procedimento quanto as possíveis deficiências nutricionais durante a recuperação. Nesses casos, o organismo reage redirecionando sua energia para funções essenciais, e o cabelo acaba sendo deixado de lado.
Concluindo
A queda de cabelo pode ter várias causas e, por isso, entender o que está por trás desse processo é o primeiro passo para tratar de forma adequada. Nem sempre a queda indica algo grave, mas ainda assim, ela nunca deve ser ignorada.
Portanto, se você está percebendo uma perda de fios acima do normal, vale investigar com atenção. Com o olhar certo, conseguimos identificar os gatilhos e, assim, cuidar da saúde capilar de forma segura e individualizada.
Se precisar, estou aqui para te ajudar a entender o que está acontecendo com seus cabelos, e, consequentemente, te orientar no caminho da recuperação.
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